sexta-feira, 28 de junho de 2013

Bésame

Sou eu, o vingador
De toda a tormenta, o salvador
Caindo em flores singelas
O vento frio me degenera
A tortura me assusta
Enquanto toda a vida se rebusca
Procuro um hálito quente
Encontro seu beijo surpreendente
Vejo o brilho nos teus olhos aparente
A paixão abre as asas e voa
Corre, para, reflete e destoa
Faz do inferno um inimigo
E do paraíso, procura um amigo
Onde sozinho, não mais te vejo
A efemeridade daquilo que sempre foi
Só mais um beijo
Que me foi nada além de um gracejo
Apenas um choro verdadeiro

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Bem-vindo ao circo

Eu queria entender todo esse fuzuê que todo mundo faz quando a gente quer silêncio. Será que é verdade? A dor me consome os miolos enquanto tento pensar numa maneira inteligente de sair daqui. E gasto mais energia tentando me encolher, numa pose constrangedora, do que sair dali. Mas, será que pedir silêncio não resolve? Acho que as pessoas não iriam me ouvir. Acredito que, sinceramente, tudo o que eu poderia fazer é me fazer ouvir de outra forma. Mais barulho resolve? Não sei. Vamos tentar.
[...]
Não sei se adiantou. Algumas pessoas pararam, olharam para os lados, viram minha dor, se simpatizaram e pediram silêncio. Outras, passaram por estes mesmos estágios, mas ao perceber que o silêncio não reinava, decidiram voltar a fazer barulho. Se deram por vencidos. Realmente, faz sentido. Se não posso com eles, por que não me juntar a eles?
[...]
Não consegui. Minha dor de cabeça está forte demais. Está me cegando. Meus músculos doem. Não consigo me levantar. Está me sufocando. Uma pergunta ecoa minha dor, alisando-me os músculos e entorpecendo a carne. Será que a bagunça começou com minha dor ou minha dor começou com a bagunça, quando eu percebi que ela não me fazia bem? Acredito que eu poderia sufoca-la, se arranjasse mais voluntários. Mas, percebo que todos se conformam que minha dor não é o suficiente para mudar algo que me parece tão mal...

Minhas [des]ocupações mais valorosas...