segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Casulo

É de medo que se faz
Tudo aquilo que se traz
Do peito e do mundo
O externo unido ao interno
Preparado, está munido
Com todos os recursos
É a proteção do seu tudo

Ao dormir

Sonha, criança
Com todas as coisas
Todas as cores
E todas as formas

Sonha, criança
Porque o mundo é seu
E quem decide é você
Quem vem e quem vai
Quando vem e se vai

Poesia sem título nº 12

Esvai-se a vida
E fica a morte
O sentimento preciso
Simples e conciso
Da ternura de ver
Sentir e ouvir
Aquilo que uma vez foi
O que jamais será
A sensação efêmera
De saber qual é
A cor das estrelas

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Decompõe-te

Joga-te às traças
Mostra a tua cara
Vá de uma vez
E decida quem te fez
A terra que te abriga
É de ferro, uma amiga
É a morte, é a vida
É mentira, afinal, a sofrida
Porque a dor, tal inimiga,
Nunca foi mais que uma briga
É o que sempre sentiu
Uma porta que se abriu
É um sentimento que surge
É o que mais se converge
A vida que me aparece
É o amor que me apetece

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Inconstante desprazer do existir

   Acho que ninguém perceberia se eu desaparecesse. Talvez eu esteja sendo um pouco individualista ou só egoísta, mas não acho que alguém perceba minha existência. Os dias já não acontecem com a mesma velocidade. Tudo parece demorar uma eternidade. O tédio me permeia como uma infecção incurável.

Rainha do Nilo

Soberana do grito
É do peito que se faz o leito
Do amor que surge a dor
Em tese, é um ciclo de cor
Sem saber ao certo
Por que fico boquiaberto
Cada vez que chega perto
E encosta no meu inteiro
Sendo do abuso, o amor primeiro
Nefertiti, a rainha do Nilo

Minhas [des]ocupações mais valorosas...